O caminho de São Paulo ao Rio Grande do Sul, bem como a paisagem no restante do país, é repleto de campos e lavouras com diferentes cultivares, implementadas ao longo dos séculos graças ao desenvolvimento do agronegócio, e suas consequentes tecnologias. Foi esse trajeto que Marcelo Poletti, sócio-fundador e CEO da PROMIP Holding S.A., fez para chegar ao palco do Outliers, no último dia 5 de maio.
Marcelo Poletti ingressou no curso de agronomia da Universidade Estadual Paulista (UNESP), onde se interessou, dentre os diversos temas, pela entomologia, especialidade da biologia que estuda os insetos, suas características e relações com outras plantas, animais e com o meio-ambiente. Foi esse conhecimento que possibilitou a concretização da visão do agrônomo.

Acredito que o desenvolvimento da lavoura pode acontecer com o menor impacto ambiental.
Nessa linha de pensamento, sua tese de doutorado foi a primeira no país sobre a possibilidade de uso de organismos para o manejo integrado de pragas. Evoluiu para a fundação da PROMIP, em 2006; empresa de base tecnológica que reúne em seu portfólio produtos biológicos e serviços especializados na utilização de ácaros para controle de pragas em lavouras.
A empresa passou dois anos na incubadora da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ/USP), em Piracicaba, SP. Em 2010, tornou-se a primeira biofábrica da América Latina a obter registro para a comercialização de produtos contendo ácaros predadores (organismos vivos) para controle de pragas na agricultura. Vale lembrar que essa tecnologia já é tradição antiga em muitos países europeus.
Hoje, a empresa está localizada no município de Engenheiro Coelho/SP (Região Metropolitana de Campinas) onde consolidou sua biofábrica e também um centro de pesquisa, composto por modernos laboratórios, casas de vegetação e campos experimentais, onde realizam-se estudos que visam o desenvolvimento de produtos químicos, biológicos, feromônios e organismos geneticamente modificados.

Os produtos, que duram em média sete dias embalados nas prateleiras de distribuidores, são aplicados com foco em culturas intensivas, pequenas, uma vez que a aplicação do produto ainda é muito específica, e normalmente realizada manualmente, apesar de já estarem experimentando aplicações de outras formas, mais extensivas.
Visionário, a indústria de biotecnologias aplicadas às cultivares vem se desenvolvendo nos últimos anos, sendo a PROMIP pioneira no ramo aqui no Brasil. Sem dúvida, o caminho para o desenvolvimento sustentável da agricultura pode ir sim, ao encontro do aumento da produtividade das lavouras e da segurança dos alimentos que chegam à mesa dos consumidores, contribuindo para a melhoria da saúde das pessoas e do planeta.