Sumário:
Conceito de Liderança
O perfil do Líder segundo Maquiavel
Grandes líderes pelo mundo e história
Inteligência interpessoal
Como ser um líder (ou um melhor)
1.Conceito de liderança
Existem muitas palavras que soam impactantes aos nossos ouvidos, tais como revolução, poder e liderança, essa, a palavra que engloba todos os outros aspectos anteriormente citados, afinal, todo líder tem poder e com ele é capaz de causar uma revolução (como Maximilien de Robespierre o fez na Revolução Francesa).
Liderança é a arte de comandar pessoas, impacta-las; é a arte de inspirar; e por mais que pareça complicado, não é impossível chegar ao posto de ser um (grande) líder. Algumas pessoas nascem com esse dom, outras se descobrem - como? Bom, como toda arte tem suas técnicas, a arte da liderança segue o mesmo caminho.

2. O perfil do líder segundo Maquiavel
Uma das maiores referências de liderança do mundo moderno saiu da cabeça do estupendo Nicolau Maquiavel, em sua obra mais aclamada, “O Príncipe”, na qual aborda o que é preciso para se unificar e firmar o poder em uma república.
Nesta obra, o perfil do líder se volta para governadores, todavia, as lições ensinadas são de suma importância para qualquer tipo de líder - não só o Chefe de Estado como o CEO de uma empresa e até mesmo aquele simples aluno no trabalho de escola. Maquiavel já deixa bem evidente que, ao contrário do que muitos pensam, o príncipe (líder) não deve ter como objetivo promover o bem comum, e sim a tomada e manutenção de poder, ou seja, tudo deve ser feito para o bem das pessoas mas sem fazer exatamente aquilo que elas querem que seja feito, afinal, cada um ia querer uma coisa e de fato não se pode agradar a todos, pois só assim consolida-se como um bom líder (no sentido de saber o que faz, e não no sentido ético.
A ética precisa ficar a parte e logo entenderemos o porquê), mostrando sua força - é como uma mãe que, mesmo contra a vontade do filho, obriga-o a tomar um remédio, que pode ser ruim agora mas fará muito bem no futuro e como disse a ex-Primeira Dama estadunidense Rosalynn Carter:
“Um líder leva pessoas para onde elas querem ir. Um grande líder leva pessoas aos lugares em que elas não necessariamente querem ir, mas deveriam ir.”
Quando Maquiavel fala da manutenção de poder, ele também diz que às vezes será preciso usar da força bruta para que tal ato se concretize, mas claro, em condições modernas, não estamos falando em punir fisicamente o liderado, e sim de usar de artimanhas como empoderamento na fala, e acima de tudo, causar temor. É isso mesmo: temor! Parece loucura mas faz todo sentido, e a explicação se dá pela seguinte frase:
“Os homens têm menos cuidado em ofender alguém que se faça amar do que quem se faça temer; porque o amor se sustenta em um vínculo de reconhecimento, que os homens, sendo maus, podem romper sempre que lhes convenha; o temor, todavia, sustenta-se no medo de ser punido, que nãos nos abandona nunca. O príncipe deve se fazer temer de tal modo que, mesmo sem se fazer amar, não se faça odiar; porque se pode ser temido e ao mesmo tempo não ser odiado; e isso será possível respeitando os bens dos seus cidadãos e dos seus súditos, além de suas mulheres”. (MAQUIAVEL, 1513)
Entenda: o amor dá liberdade para a pessoa fazer o que quiser com você porque ele gera intimidade, já o temor sempre fará a pessoa agir da maneira certa para que o pior não aconteça. Porém, nunca se deve causar ódio no liderado, pois o ódio incita a revolução e isso gera a queda do líder. É por isso que no trabalho da escola ou na empresa, é preciso “punir” o liderado que sai da rédea, como aqueles que não comparecem às reuniões e sempre dão desculpas, tirá-los fora da equipe, conversar com educação mas usar voz enérgica.
Em síntese, Maquiavel nunca disse de fato que os fins justificam os meios, todavia, se certas atitudes resultarão no bem maior, a teoria é válida.
“Digo que todo príncipe deve desejar ser considerado clemente, e não cruel: todavia, deve cuidar de não usar mal essa clemência. César Bórgia era considerado cruel; mas essa sua crueldade trazia ordem à Romagna, unificando-a, pacificando-a e tornando-a leal…” (MAQUIAVEL, 1513).
3. Grandes líderes pelo mundo e pela história
Não só César Bórgia seguia “as ordens do Príncipe”, como outros grandes líderes pelo mundo assim o fizeram. Você sabia que Napoleão é tido como herói na França? E por acaso está se perguntando o porquê? A resposta é bem clara: Napoleão soube se fazer temido entre os franceses e ao mesmo tempo fortalecer a França.
Foi com ele que a França consolidou de fato seu poder na Europa, e graças a ele, podemos dizer que as intenções da Revolução Francesa realmente deram certo, mesmo que para isso ele tenha realizado atitudes vis. Hoje ele é amado, mas para que isso acontecesse, antes ele se fez temido. Hitler seguiu a mesma lógica enquanto restaurava a Alemanha - mesmo que tenha passado bem longe do cargo de ser amado atualmente.
Vale ressaltar que, mesmo com toda essa regra de liderança, nem todo grande líder é lembrado com esse perfil obscuro; Nelson Mandela e Martin Luther King são bons exemplos. Mandela e King nunca usaram de punições para demonstrarem seu poder: ambos chegaram ao posto de grandes líderes pelo bom uso da retórica e dialética, afinal, liderar pessoas é saber o que se diz para elas. Um discurso enérgico, porém educado e justo são também chaves para a manutenção do poder.
4. Inteligência Interpessoal
Não há como negar a beleza que há em liderar; nós seres humanos, mesmo que indiretamente, nos fascinamos com a ideia de poder e muitos de nós almejamos um dia chegar lá. Querido leitor, saiba que você pode sim chegar a esse cargo!
A capacidade de liderar está muito associada à Inteligência Interpessoal, que como o nome já diz, é a inteligência que trabalha com relacionamentos. Um grande líder não usa só das leis do príncipe para firmar seu poder, mas também de empatia, simpatia, valorização do próximo e muitas outras coisas. A empatia - saber colocar-se no lugar dos outros - te faz ter sensibilidade ao ponto que passas a saber como deves tratar o outro de modo que ele seja produtivo; a simpatia cria laços de confiança; a valorização do próximo é uma virtude, e a virtude segundo Aristóteles é o maior bem que o homem pode alcançar; ouvir as pessoas te abre a mente para novas ideias; incentivar os outros a serem protagonistas, por mais contraditório que pareça, mostra que você quer o bem do outro; ser apaixonado pelo o que faz sempre te motivará a fazer o certo e aos outros também.

5. Como ser um líder (ou um melhor)
Não lidere por status, lidere por amor. Seja humilde, reconheça a habilidade dos outros e saiba como delegar tarefas; elogie de tal forma que a pessoa fique motivada mas não se ache superior e acima de tudo: nunca sinta-se poderoso. Uma pessoa que se acha auto suficiente e tem o ego inflado é, a priori, o dinamite para uma grande explosão que porá tudo a perder - o historiador inglês Lord Acton ratificou: “o poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”. Voltando para Maquiavel, ele também afirma que “dê o poder ao homem, e descobrirá quem ele realmente é” - você não quer ser descoberto como um líder sem virtude que só pensa no benefício próprio, né? Saiba que desse jeito seu reinado vai por água abaixo!
E, se você ainda não sabe como praticar tudo isso, saiba que o melhor jeito é se envolvendo em atividades grupais. Experimente entrar em grupos de teatros, de apoio, qualquer organização que lide com pessoas. Observe aqueles que têm perfil de liderança para você aprender com eles e até se aperfeiçoar. Sair da zona de conforto e adaptar-se a circunstâncias é a melhor atitude que você vai tomar para futuramente “dominar os acontecimentos fortuitos”; “a política (liderança) se faz com astúcia, força e flexibilidade” - adivinha só quem disse essas coisas: ele mesmo! Nicolau Maquiavel.
E aí, pronto para se tornar um (novo) líder?
Voando, sempre.
Escrito e revisado por: Isabel dos Santos Rita