Já pensou em resolver o problema da sua organização em menos de uma semana? É isso mesmo que o método Design Sprint e Design Sprint 2.0 se propõe a fazer.
A metodologia, na Google Ventures por Jake Knapp é usada por diversas empresas para prototipar uma ideia de forma rápida e barata. Em seu livro, Sprint, o designer define o conceito como: “um processo de cinco dias para solucionar e testar novas ideias”.
Basicamente, um time pequeno de pessoas tira uma semana para aplicar o processo, e passa rapidamente de um problema para o teste de soluções. Com isso, o time consegue prever o futuro - considerando cenários e como futuros clientes reageriam à solução, antes de investir tempo e dinheiro tentando tornar essa solução em prática.
O método não é somente eficiente em poupar recursos valiosos, como também um meio de interromper as antigas formas de trabalho e substituí-las por uma forma mais inteligente e respeitosa, que permite a contribuição de todos os membros da equipe.
A Design Sprint deu muito certo: criada em 2010, ela foi refinada por Jake em times como Chrome, Search and Google X até ser levada, em 2012, para dentro da GV, onde acabaria por ser testada por centenas de startups, até a publicação do livro, em 2016. Atualmente, é usada por milhares de times, em startups como Slack e AirBnB, em grandes empresas como a LEGO, a AmBev, e a própria Google, em instituições como McKinsey e IDEO, em organizações governamentais como Nações Unidas e Reino Unido, em universidades como Standford e Columbia, e até mesmo em museus, como o British Museum.

Como funciona isso?
Bem, tudo começa com um time. Antes mesmo de começar a colocar a metodologia em prática, é importante assegurar que se tenha um time capaz de entender a situação de forma holística. A palavra chave para isso é multidisciplinaridade. Ter em sua equipe pessoas com habilidades diversas e vindas de áreas diferentes é de vital importância - afinal, um produto ou serviço a ser executado passa por diversos setores de uma organização antes de ser vendido; se o time pretende imaginar esse processo em apenas uma semana, é preciso ter pessoas familiarizadas com esses respectivos setores. Além de recrutar um time, é também importante reconhecer o momento certo para colocar a metodologia em prática (em frente a um grande desafio) e de pensar um local onde o time vai se reunir.
Tudo pronto? Então vamos lá!
No primeiro dia, a equipe vai realmente mapear o problema, começando pelo fim: qual é o objetivo a longo prazo? E em seguida, qual é o desafio? Mapeie o desafio, e entenda que realmente qual é a questão que a equipe irá solucionar. No primeiro dia, a equipe deve exteriorizar tudo aquilo que sabe sobre a ideia, é o momento que os especialistas das diferentes áreas da organização deverão compartilhar tudo aquilo que sabem sobre o desafio proposto: seus objetivos, os desafios e problemas enfrentados, perguntas-chave para o atingimento dos objetivos. E, no final do dia, o time poderá escolher o alvo: um problema ambicioso mas que ainda assim pode ser resolvido em uma semana.
O segundo dia é aquele dedicado para as mentes criativas. Todos os membros da equipe devem esboçar suas próprias ideias de solução, primeiramente de forma individual, colocando o máximo de ideias no papel. Um método muito usado aí é o Crazy 8’s, em que em oito minutos, cada um deve desenhar suas próprio oito ideias (extremamente eficiente, não?). Quando todos já tem seu próprio bloco de rabiscos, é hora do grupo olhar para as ideias dos outros, e pensar como elas poderiam funcionar. No fim, se abre para críticas e uma votação nas melhores ideias.
O terceiro dia já é bem mais focado - literalmente, pois é o dia da decisão. Esse será um dia dedicado para filtrar ideias e refiná-las, até chegar na finalista que passa para a próxima fase. Essa decisão também segue um passo a passo bem definido, usando métodos como: com votações, mapas de calor, matrizes de decisão, e depois criando um storyboards para as ideias finalistas - é um verdadeiro torneio de ideias, e em cada fase, mais algumas conseguem ser eliminadas.
No penúltimo dia, a ideia finalista será prototipada. E o que isso significa realmente? Bem, nessa fase o mais importante é fazer com que a ideia do storyboard pareça o mais realista o possível, quando mais realista, mais dados serão conseguidos na fase seguinte. Na metodologia Design Sprint, o protótipo é uma fachada para a experiência imaginada na fase do esboço, não há a necessidade de construir um produto em si, mas sim de mapear exatamente o fluxo da experiência e construir apenas as fases que a equipe deseja testar (para aqueles familiarizados com o método científico, o que deve ser feito é basicamente um experimento para validar uma hipótese). Com isso, a equipe poupa tempo, evitando ter que testar as fases da solução que não são inovadoras, digamos, ou seja, aquelas que a equipe já tem dados sobre.
Por fim, o time coloca a sua ideia em teste, ou seja, faz a validação da solução na frente de clientes. A equipe coleta o feedback desses usuários, e pode até conduzir análises de viabilidade técnica e das partes interessadas. Ao fim da Sprint, a equipe terá um conceito validado ou não, mas de qualquer modo, ela terá feito progresso, conseguindo os dados sobre a solução o mais rápido o possível.
Ao redor do mundo, a metodologia Design Sprint é constantemente adaptada para servir melhor as necessidades de diferentes equipes. Algumas vezes, ela pode ser encurtada para durar apenas um dia, e em outras, para durar um mês inteiro…Uma reformulação dela se tornou tão popular quanto, a Desgin Sprint 2.0., em que as mesmas etapas são realizadas, mas em quatro dias. Tudo depende do projeto, e da solução que se quer ser alcançada!
Se ficou interessado no assunto, recomendamos a leitura do livro Sprint pelo Jack Knapp, conheça mais histórias e guias sobre a metodologia no site e leia histórias sobre a aplicação dela aqui.
E fique ligado, pois estamos sempre trazendo novos conteúdos!