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Como encontrar evidências em tempos de fake news

Ai ai, lá vamos nós então.

Fake News não são uma novidade do momento atual do país, nem exclusivas do cenário político.

Vai dizer que nunca caiu naquelas historinhas do facebook ou nas dietas mágicas que circulam na internet?

A principal razão pela qual as fake news atraem tantos cliques tão rapidamente é porque estamos inclinados a não olhar muito de perto as informações que apoiam nossas próprias posições políticas.

Na maioria das vezes, decidimos acreditar em algo que favorece nosso próprio lado antes mesmo de conscientemente percebermos que estamos fazendo isso. Raramente chegamos ao estágio de avaliar criticamente se é algo com o qual instintivamente concordamos.

Isso significa que, para filtrar as fake news do nosso próprio lado, precisamos ter o hábito de questionar tudo o que vemos e sermos mais críticos em relação às informações que vêm do nosso 'lado' do debate, seja lá qual este seja. Se você se deparar com o argumento perfeito, chegou o momento de se perguntar se ele é válido – porque vai de acordo com suas ideias ou porque é real?


É importante distinguir entre os

diferentes tipo de fake news:

As fake news propriamente ditas são conteúdos (notícias, artigos, textos, etc) criados por alguém que sabe muito bem que o que está escrevendo não é verdade. Foi escrito como uma obra de ficção, mas cuidadosamente projetado para fazer as pessoas acreditarem e repetirem aquilo, gerando publicidade e visibilidade para o conteúdo. É criado cinicamente, visando algum lucro.

Diferentemente dos relatórios partidários ou extremamente parciais: eles podem parecer idênticos na prática, mas o que difere é o motivo. Um site de fake news, por exemplo, vai inventar uma pesquisa que nunca aconteceu, mostrando o que um determinado grupo de pessoas quer ver. Já os relatórios partidários podem fazer a pesquisa mesmo, e dado o tipo de pessoas que se relacionam com o partido (majoritariamente seus eleitores), alcançar os mesmos resultados. Você não deve usar esse tipo de conteúdo como evidência dos fatos, mas pode usá-los como evidência do que seus apoiadores acreditam.

Sátiras também são pura ficção, mas escritas por pessoas que não tiveram a intenção de que as pessoas acreditassem que fosse verdade (mas também não disseram que não era). Quando isso acontece e a história e passada adiante, torna-se fake news – comprovando que o nosso sistema de informação está cada vez mais corrompido, e as pessoas não estão se preocupando em checar as fontes.

Por fim, temos a “fofoca”, que nada mais é do que uma história inventada ou, pelo menos, exagerada, distorcida. Fake news clássica, porque todo mundo se envolve perpetuando uma história falsa.

Hoje, ainda mais.

É fácil compartilhar notícias falsas, é rápido. Difícil é corrigir depois.

Não prestamos atenção a vários detalhes quando nos deparamos com algo pela primeira vez, mas dada a quantidade de informação jogada na nossa frente, existem alguns cuidados que precisamos tomar.

Afinal, qual a lógica em quanto mais acesso à informação nós temos, mais cresce a sensação de que estão não é confiável?

Aqui vão algumas dicas para se manter bem informado sobre praticamente tudo que for dito na internet (incluindo facebook):

Considere suas fontescom muito cuidado:

Não selecione.

Jornais, revistas e sites podem ser enganados tão facilmente quanto nós, uma vez que muito do que se encontra é baseado no senso comum.

Pesquise: em outros sites, em outras fontes. Encontre mais sobre o autor e sobre a notícia em si. É importante ter um background, não somente por confiabilidade, mas também por quantidade – se algo está sendo tratado apenas em um lugar, não é um bom sinal.

Outros pontos a considerar são a falta de dados concretos (ao invés de apresentar uma porcentagem, dizer que “a maiorira”), e a imprecisão das notícias. Vale a dica acima: procurar em outros lugares a mesma, ou então algo relacionado a notícia que se leu. Quanto mais achar, mais chances de ver o que é falso e o que não é.

Acostume-se a procurar

(e encontrar) brechas:


Muitas fake news são, na verdade, meias verdades.


Quer um exemplo?


Aqueles incontáveis posts sobre frutas, vegetais e legumes que, aparentemente, miraculosamente, previnem/curam diversos tipos de doença. É verdade que ter uma dieta balanceada ajuda na saúde dos seres humanos, mas não é incomum encontrar na internet páginas e mais páginas alegando que um determinado alimento irá mudar a sua vida.


São essas verdades meio contadas que costumam fazer do ovo, da chia e de tantos outros alimentos - sejamos francos, de praticamente todas as coisas - ora vilões, ora heróis da humanidade.


O motivo é bem visível: chama muito mais atenção uma matéria que fale sobre "as 1001 maravilhas de x" do que uma que diga a verdade propriamente dita ("precisamos equilibrar todas as coisas").


É justamente esse "chamar atenção" que propaga tanto as fake news.


Toda história tem, no mínimo, dois lados possíveis.


Resta descobrir qual é o mais realista.

(É verdade esse bilete)

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