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Co.mu.ni.ca.ção

Se você não pode explicar algo de forma simples, então você não entendeu

muito bem o que tem a dizer.


Existe um certo desacordo sobre a proveniência dessa frase, mas ela é

normalmente atribuída a Albert Einstein. A simples genialidade de uma

frase como essa, ao passar uma imagem impactante com palavras facéis, é

digna do cérebro de Einstein. Se ele realmente disse isso, eu não sei dizer,

no entanto ela não deixa de introduzir muito bem o nosso assunto:

comunicação, e o que faz ela eficaz.



É um assunto bastante comum hoje em dia, é verdade. Vivemos em uma

época em que a cooperação é encorajada e na qual a pergunta “Você

trabalha bem em equipe?” é feita em toda entrevista de emprego, sala de

aula e até visita médica – ok, essa foi possivelmente um exagero, mas saber

se comunicar ainda vai ser necessário para contar seus sintomas para o

médico. O ser humano é definido pela sua habilidade de manipular palavras,

argumentar, convencer e discutir.


Talvez você se lembre dos tempos do colégio? A comunicação pode ser

classificada como verbal (com palavras) ou não-verbal (com gestos,

imagens). Você pode recordar dos elementos que a teoria da comunicação

nos oferece: o emissor que fala, o receptor que escuta, a mensagem que

você passa usando um código através de um canal, sempre sobre um

referente, um assunto. Uma comunicação eficaz é dada quando todos esses

fatores são cumpridos. Porém nós raramente falamos sobre como marcar

um X sobre todos esses itens.


O primeiro ponto a ressaltar é a diferença entre falar e comunicar-se.

Primeiro, pelo ato de falar excluir a percepção de outros tantos fatores que

transmitem uma mensagem. Apenas um terço da comunicação é

estabelecida por linguagem verbal – o restante está nas entrelinhas, no

tom de voz, na sua postura, em micro expressões e gestos. *


Em segundo lugar, está o simples fato de falar não implicar o fato de

alguém ouvir, e é nisso que está o segredo da comunicação eficaz: escutar

ativamente. Esse é um dos desafios mais comuns no mundo atual. Você

presta atenção a linguagem usada pelo seu parceiro de conversa? Você

espera o outro terminar de falar, sem passar o tempo todo preparando a sua

próxima fala? Você ao menos sabe a cor dos olhos das pessoas com quem

você conversou durante o dia? Estabelecer contato visual é uma das

melhores formas de iniciar um laço de confiança e promover empatia, mas é

algum cada vez mais difícil de observar no nosso mundo cercado de telas.

Criar rapport, ou seja, uma ligação empática com as pessoas, entrar em seu

mundo, é essencial para comunicar-se – mas quantos de nós fazemos isso

diariamente? Menos todos os dias, em minha opinião.


Outro ponto é a simplicidade do código usado. Já falamos disso, no entanto ser objetivo com suas palavras é essencial para transmitir uma mensagem de maneira eficaz – não importa o quão complexa seja a mensagem, é necessário saber passá-la adiante com a mesma facilidade que se passaria uma fofoca. E como disse “Einstein” se você não consegue fazer isso, é um

provável sinal que você precisa melhorar sua compreensão sobre o assunto. Fale aquilo que você precisa transmitir, buscando sempre agregar valor ao seu conteúdo – não com adjetivos, mas com bastante informação, direta e honesta – e pare para escutar as respostas.


E é com a ideia de escutar respostas que coloco meu quarto e último ponto.

O conceito de feedback é a melhor ferramenta para auto-monitorar o

desenvolvimento de suas habilidades, e a habilidade de se comunicar não é

uma exceção a esta regra. Nem todo feedback vem com uma etiqueta e o

nome ressaltado em marca texto, porém não significa que ele não esteja ali.

Se a maneira como você se comunica está sendo efetiva, então sua

mensagem será assimilada nas respostas. Não necessariamente uma

segunda parte estará de acordo, mas um bom comunicador obterá melhores

respostas do que alguém que não está sendo efetivo. Além disso, é

essencial ouvir o que o seus receptores tem a dizer, então sempre procure

ouvir o que eles pensam, sobre o que você comunica, e também sobre a

forma que você faz isso.


Sempre busque pontos para ajustar sua comunicação – ela sempre pode

melhorar. E por falar nisso, sinta-se convidado para deixar um feedback!


*A propagada regra 7-38-55 que aponta que 7% da comunicação se dá

por linguagem verbal, enquanto 38% é transmitido por tom de voz e 55%

através da linguagem corporal foi elaborada a partir de um estudo chefiado

Albert Mehrabian na Universidade da Califórnia (ULCA) só se aplica a

contextos em que esses fatores não se combinem – no entanto, ela não

deixa de ressaltar a importância da linguagem não-verbal.

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